Esqueça a aparência de bravo e o jeito truculento em campo. A fala mansa e inteligente, com um sotaque baiano, começa a dar pistas do verdadeiro Wallace. Ele não é mais um "peão" no mundo dos boleiros. Pelo contrário, usa o peão para se impor sobre os companheiros. Sim, o zagueiro é viciado e craque no xadrez, seu hobby nas concentrações. E qual a vantagem para o jogador de futebol?– Xadrez faz com que você pense mais. Podemos comparar ao futebol. Se o objetivo no xadrez é chegar ao rei, o nosso é chegar ao gol. E é preciso também posicionar as peças para deixar o rei protegido. É o que procuro fazer com Julio Cesar – afirmou o jogador, ao LANCENET!.
Neste domingo, como duas torres, ele forma a zaga ao lado de Paulo André, no jogo diante do Bahia, às 16h, no Pacaembu (com transmissão em tempo real pelo LANCENET!).
Paulo, inclusive, foi o único que conseguiu vencê-lo no tabuleiro.
– No Vitória, eu jogava contra Ramon, Anderson Martins, os profissionais de educação física. Fiquei dois anos sem perder, cheguei aqui e bati em todo mundo. Paulo me desafiou, eu ganhei as três primeiras. Ele empatou e agora está 4 a 3 para mim – disse Wallace, que durante a conversa foi contestado pelo "rival":
– É meu pato. Está 4 a 3 para mim – brincou o companheiro de zaga.
Wallace, de 23 anos, tomou gosto pelo jogo aos 12. O psicólogo das categorias de base do Vitória usava o xadrez para concentrar a molecada.
– Esse lado da estratégia eu gosto muito. Ficava jogando no computador, depois comprei um tabuleiro. Sempre que conheço alguém que saiba jogar, eu desafio. Mas tem de ter paciência comigo. Sou baiano, vou mais sossegado... (risos) – disse.
Este vício é apenas um exemplo de seu lado diferenciado: pai com 17 anos, é maduro. Está lendo livros sobre o mercado financeiro e a biografia do filósofo alemão Arthur Schopenhauer. Aficionado, não perde os domingos e segundas de NFL (Liga de Futebol Americano). Além disso, gosta de vestir um blazer quase todos os dias para ir ao CT do Timão.
De todas as suas faces, nesta tarde, pelo Brasileirão, o novo xerife da zaga do Corinthians mostrará apenas o lado estrategista. Cuide-se, Bahia! Senão... É Xeque-Mate!
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